a number is just a number
11:41
... Não conseguia resistir e, quando dei por mim,
tinha já os lábios dele nos meus.
E foi naquele banco, na sombra daquela árvore
enorme, o nosso primeiro beijo, sim. Não sabia como iria reagir, mas respondeu
de imediato, de um desejo incrível. Abraçou-me e fez todas as minhas inseguranças
sair. Agarrava-me contra si, com delicadeza e, nesse preciso momento, sentia
todos os meus desejos realizados, aí justamente... Nos seus braços e com a
cabeça sobre o seu peito, a sentir cada batida do seu coração, respiração
ofegante que soava como uma melodia, e não podia deixar de sorrir ao senti-lo.
Inertes no tempo, as nossas almas atravessam
toda a cidade, o Universo.
Depois disto, encaixou a sua mão na minha,
delicadamente.
Ele tocava-me lentamente, com simplicidade,
ingenuidade, doçura, da forma mais ternurenta de sempre, beijava-me com
vontade.
Encostou os seus lábios contra a minha testa,
pressionando-os, sentia a respiração dele irregular e agarrei-o mais
intensamente contra mim, sentia-me verdadeiramente segura, sentia-me
concretizada de certa forma. Sentia-me nele e sentia-o em mim, tão unidos.
Por entre palavras, fez-se sentir um silêncio
penetrante, e o seu sorriso dirigido a mim, capaz de me fazer vibrar, deixava-me
tímida de cabeça inclinada, sentia-o mais próximo, um calor inexistente. E, ao
olhá-lo nos olhos, ele inseriu os dedos por entre os meus cabelos, e
beijava-me. Cada movimento era perfeitamente lento e coordenado...
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