O tempo não passa. Ainda bem, porque ele dá-me medo quando resolve acelerar.
O tédio está sempre presente, e isso irrita-me.
As pessoas deixam-se enganar por dogmas religiosos e morais deixando de fazer coisas normais que qualquer ser humano faria. Deixam de se divertir e dar mais valor à sua vida, e isso ainda me irrita mais.
Viver meio “às cegas” é difícil, mas em determinados momentos é fácil. Difícil porque tu tens que ouvir opiniões idiotas e críticas sem moral sem ter que dizer nada, porque senão serás o estranho, o errado e degenerado moralmente. Fácil, porque tens como ocupar uma posição de destaque no meio de tantos idiotas, basta procurares a tua sabedoria e exercê-la ao máximo sem hesitar.
Viver “às cegas” também me irrita.
Muitas coisas deixam-me irritada, muitos detalhes que deveriam ser de uma outra forma diferente da que são fazem-me ter raiva.
Aí, tu perguntas-te como uma pessoa calma pode ter tanta raiva, tanto ódio. Quem já ouviu falar que pessoas caladas tem mentes barulhentas, entende o que quero dizer.
Eu estou sempre calada. Se não estou a falar, estou a pensar e é nesse exato momento que os pensamentos fluem e de uma maneira e intensidade incrível.
As pessoas que me acham estranha por isso (e tenho certeza que esses idiotas existem) deveriam rever seus conceitos.
Pelo menos do meu ponto de vista, pessoas que falam muito, que não pensam muito no que dizem, na maneira como entendem as coisas, não representam opiniões significativas. Essas pessoas falam mais “da boca para fora”, como dizem.. As ideias expressas por elas não passaram por um processo de reflexão como acontece na cabeça de quem pensa mais do que fala. É fácil entender o que quero dizer, pensa num momento em que estás a conversar com alguém, numa conversa que não para. Cada frase dita tem uma resposta rápida, e assim vai. Pensas antes de falar? Não. No máximo, falas enquanto pensas. As tuas frases vêm de um histórico na tua cabeça, mas no fundo sabes o que estás a fazer. Pessoas que falam, agem e/ou criticam por impulso têm mentes fracas.
Pensem mais (tentem, pelo menos) antes de falarem mal de pessoas quietas.

Não é antropofobia, é apenas uma sabedoria mil vezes maior que a tua.
Se tu também és como eu, parabéns a nós.
“A viver na escuridão movemos sóis”.